Sabia que a maioria dos pacientes que necessitam de transplante de medula óssea, cerca de 70%, não encontra um doador compatível entre os membros de sua própria família? Essa é uma situação desafiadora, mas existem outras opções para esses pacientes. O registro de doadores voluntários é de extrema importância para aumentar as chances de encontrar um doador compatível. Ao se cadastrar como doador de medula óssea, você pode ser a esperança de vida para alguém que precisa desse transplante. Junte-se a nós e faça a diferença na vida dessas pessoas.
A princípio é importante não confundir com medula espinhal, pois fica localizado na coluna.
Como o próprio nome já diz, medula óssea é um órgão que fica dentro do osso. Do latim, medullum significa meio, miolo, que está no interior. Dessa forma, medula óssea é o que está dentro do osso, conhecido popularmente como tutano do osso.
A principal função é fabricar e armazenar as células do sangue, como glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, plaquetas, entre outros. Esse processo de fabricação de células sanguíneas é chamado de hematopoiese e depende de células tronco hematopoiéticas, que são células que tem a capacidade de se transformar em todas as células do sangue.
A origem desse nome veio do grego, que significa: haina (sangue) + poiesis (fazer).
São justamente essas células tronco que são transplantadas de uma pessoa para outra. O nome técnico do transplante de medula óssea, na verdade é transplante de células-tronco hematopoiéticas.
O transplante de medula é indicado para algumas doenças que fazem com que a medula não funcione direito, “fabricando errado”, “deixando de fabricar as células certas” ou ainda parando de “fabricar” totalmente.
Neste último caso, o paciente fica sem hemácias (glóbulos vermelhos), que tem como função levar o oxigênio e nutriente para as células, além de ficar sem células de defesa para combater infecções e sem plaquetas (que evita sangramentos)
As possíveis indicações de transplantes são:
Leucemias, Linfomas, Mielomas múltiplos, Mielodisplasias, Anemia aplástica, Tumores de testículos (Germinativo), esclerose múltiplas, Neuroblastoma, entre outras.
O transplante de uma pessoa para outra é chamado de transplante alogênico, que ocorre quando são totalmente ou parcialmente compatíveis.
Existe também o transplante autólogo, que é quando as células provêm do próprio paciente. Ele é realizado quando o paciente vai passar por um tratamento que pode danificar a medula óssea, como por exemplo radioterapia ou quimioterapia. Antes de realizar o procedimento, a medula é coletada, congelada e depois do tratamento ela será infundida novamente.
Por fim, também existe o transplante de células-tronco de cordão umbilical. Nesse caso a coleta deve ser feita logo após o nascimento do bebê e congelada, que pode ser doado ao banco de células público ou guardado para uma possível utilização posterior pela própria criança.
Porém para que o transplante de uma pessoa para outra funcione, precisa haver compatibilidade de HLA entre quem doa e quem recebe.
A compatibilidade de transplante de medula óssea é tão importante que Edward Donnall Thomas, após entender a compatibilidade, ganhou o prêmio nobel de medicina, em 1990.
De forma resumida, é ter semelhança entre os genes das duas pessoas, mais especificamente os genes antígenos leucocitários humanos (conhecido como HLA). Isso porque a partir desse gene são fabricadas as proteínas HLA, que fica na superfície de todas as células do nosso corpo.
Essas proteínas servem como sinal ao nosso sistema imune identificar o próprio do não próprio, ou seja, o que é do seu corpo e o que não é do seu corpo (corpo estranho).
Inclusive quando esse “sistema falha” é que surgem as doenças auto-imunes, e o corpo começa a reconhecer como estranho, coisas do próprio corpo, e dá ordem de atacar essas células.
Portanto, o doador e o receptor de medula precisam ter as mesmas proteínas HLA, porque se forem diferentes, o corpo da pessoa que recebeu vai identificar essas células da medula nova como estranha, ocasionando a rejeição do transplante e podendo causar a morte de quem recebeu.
Até a pouco tempo quem doava precisava ser altamente compatível. A boa notícia é que atualmente existe o transplante haploidêntico, que quando quem doa é alguém da família 50% compatível com quem recebe.
Para que funcione, o paciente que recebe a medula precisa tomar altas doses de medicamentos imunossupressores, que como o próprio nome diz, suprimem o sistema imune, deixando ele sem conseguir entender que tem alguma coisa “estranha” acontecendo no corpo. Com essa técnica a chance de dar certo é igual a de pessoas totalmente compatíveis!
Entre irmãos de mesma mãe e mesmo pai, existe a chance de 25% de compatibilidade completa, 50% de compatibilidade parcial e 25% de total incompatibilidade.
Com exceção de gêmeos idênticos, é muito raro ter probabilidade máxima entre duas pessoas, principalmente se não forem relacionadas geneticamente.
A probabilidade de encontrar a compatibilidade perfeita entre pessoas que não são da mesma família é de em torno 1 a cada 100 mil. Lembrando que essas pessoas também devem ter o mesmo tipo sanguíneo e principalmente o mesmo fator Rh.
Viu como é realmente difícil encontrar alguem compatível? Por isso é importante que quanto mais pessoa se cadastrarem no banco de doadores de medula, maiores as chances de salvarmos vida!
Acesse o site do REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) ou procure um hemocentro mais próximo de sua casa.
Existem duas formas de coletar medula para doação: do sangue ou através do osso.
A escolha de como será feita a doação é da equipe médica.
Através do sangue é possível pois algumas células hematopoiéticas ficam no sangue circulando e com a indução por alguns medicamentos, é possível fazer com que a medula libere mais dessas células tronco no sangue. A coleta é chamada de aférese e é bem parecida com a doação de plaquetas, pois o sangue entra em uma máquina, que retém as células de interesse e depois devolve o sangue ao doador.
A doação pelo osso normalmente é realizada pela crista ilíaca (localizada no quadril) e o estorno (osso que une as costelas na frente), pois são os ossos que tem a maior quantidade de medula. Para esse tipo de doação, é necessária o uso de anestesia geral.
A recuperação é rápida e em torno de 15 dias a pessoa já está pronta para realizar outra doação!
A medula óssea do doador será avaliada e as células-tronco hematopoéticas serão separadas para o transplante. As células tronco ficarão em uma bolsa como se fosse bolsa de sangue e para a pessoa que recebe, é como se fosse uma transfusão de sangue.
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